Conheça a comunidade do Jardim Botânico – Comunidade Consciente
Segundo a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (CODEPLAN), na Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD), de 2021, a região do Jardim Botânico é uma das regiões com maior nível educacional do DF, portanto, é uma comunidade politizada e consciente dos seus direitos e deveres. Tem ensino superior completo 69% de sua população, incluindo especializações, mestrado e doutorado, a segunda mais alta no quesito escolaridade entre as demais regiões administrativas pesquisadas. É também uma das regiões com maior renda per capita e, no sentido contrário dos altos impostos pagos por uma população de alta renda, é a região mais carente de equipamentos públicos de todo o Distrito Federal, dependendo de seus vizinhos. Até hoje, só tem um equipamento público (UBS 1 do Mangueiral). Não existe delegacia de polícia. Não existe batalhão da Polícia Militar ou Corpo de Bombeiros. Não existem escolas nem posto de saúde. E, ficou quase quatro anos sem uma administração regional efetiva. Suas demandas comunitárias são sistematicamente ignoradas por governos e a comunidade considera-se como uma das mais abandonadas do DF.
Apesar de o MCJB trabalhar em conjunto com o Conselho Comunitário de Segurança do JB em parcerias com a Polícia Militar nos últimos anos, a percepção da população quanto ao policiamento é uma das mais baixas de todo DF, com apenas 4,81%. Planaltina, por exemplo, tem 34,10%, e Ceilândia, 52,67%. Este índice reflete de um contingente policial exclusivo, não dependendo mais do mesmo batalhão que atende São Sebastião e que sofre com a falta de policiais.
Além disso, o Jardim Botânico carrega a imagem de comunidade associada a grilagem de terra e lotes irregulares. Entretanto, segundo a Secretaria de Habitação do DF, quase 80% das edificações do bairro se encontram em áreas particulares já regularizadas ou em fase de regularização, 8% estão em área considerada mista e apenas 12% em área considerada pública, uma das RA’s com menor percentual de habitações erigidas em área pública. Além disso, há muitas glebas que se encontram regularizadas e outros projetos habitacionais, como o Jardim Botânico 3 e Jardins Mangueiral, que são empreendimentos planejados pelo poder público e já nasceram regularizados. Vários condomínios também já obtiveram regularização completa, como o Ouro Vermelho 2, AMOBB e Jardins do Lago. Outros condomínios outrora considerados em área pública, aderiram os programas de regularização dos governos e encaminharam suas regularizações, como o Estância Jardim Botânico, San Diego e agora, recentemente, Ville de Montagne, Solar de Brasília e demais condomínios da denominada Etapa 2 do bairro.
Anualmente a RA do Jardim Botânico é retirada do orçamento público anual, demonstração clara de falta de um projeto de urbanização a longo prazo para a região. Na lei orçamentária anual (LOA) de 2017, São Sebastião recebeu em investimentos diretos, mais de R$2 milhões, já o Lago Sul (cidade com equipamentos públicos já implementados e com menos da metade da população do JB), recebeu R$150 mil e o Jardim Botânico apenas R$43 mil, que não foram utilizados.