GDF confirma fechamento do lixão da estrutural em 31 de outubro e síndicos temem aumento do custo na coleta de lixo. Parceria estabelecida entre o Movimento e Associação de Catadores resolve o problema.
O lixão da Cidade Estrutural, como é conhecido, fecha e o lixo tem novo destino: o novo aterro em Samambaia. Além de ser mais distante, Samambaia só receberá rejeito, material que sobra após a retirada de tudo que pode ser reaproveitado. Para receber material reciclável, o aterro vai cobrar. Essa mudança é decorrência da Lei 5.610 de 2016, e está em vigor desde 1º de agosto, causando grande impacto nos grandes geradores comerciais de lixo e grande preocupação nos síndicos, que temem aumento de custos.
Adequação à política de resíduos sólidos
A principal demanda para os síndicos é a adequação à política de resíduos sólidos sem aumentar os custos. Segundo a Política Nacional do Meio Ambiente, de 1981, e a Lei de Crimes Ambientais, de 1998, colocar resíduos sólidos em lixões é considerado irregular. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, estabeleceu, entre outras imposições, que os aterros sanitários somente poderão receber rejeitos. Na prática, isso significa que os condomínios precisam fazer a coleta seletiva de lixo ou correm o risco de pagar até R$196,00 por tonelada de lixo recolhido pelo SLU, pois o lixo entregue junto com o material reciclável será cobrado em conjunto, garante o GDF. Com a regulamentação da nova lei, os produtores de lixo também ficam responsáveis pela separação dos recicláveis (papel, papelão, alumínio e plástico).
Situação crítica também está no monitoramento do destino do lixo coletado nos condomínios, pois uma das saídas encontradas por empresas coletoras de lixo para não repassar a seus clientes esse aumento de custo, temendo a perda de seus contratos, está no descarte ilegal do lixo coletado em áreas públicas do DF e depósitos clandestinos. A autuação em flagrante dos casos de descarte irregular é feita pela Delegacia de Meio Ambiente (Dema), com base no artigo 54 da Lei de Crimes Ambientais, que define multas altas e pena de reclusão de até cinco anos aos responsáveis. “Descartar resíduos em área pública não é só uma infração administrativa. É um crime ambiental que não cabe fiança” destacam policiais da DEMA. Se descoberta a origem do lixo ilegal, o condomínio corre o risco de ser corresponsabilizado pelo crime.
A preocupação ambiental é grande, principalmente no Jardim Botânico. Vários pontos do bairro são utilizados para descarte ilegal de lixo e entulho, um problema crônico. O aumento de depósitos clandestinos na região impactam, como consequência, no crescimento de casos de doenças infecciosas, principalmente doenças geradas por insetos, roedores e animais peçonhentos, como dengue, leishmaniose, hantavirose, dentre outras.
Parceria entre Movimento e Associação de Catadores Recicla Mais resolve o problema
O Movimento, antecipando-se à questão, estabeleceu parceria com a Associação Recicla Mais Brasil para fazer coleta seletiva de lixo no bairro (relembre aqui), já dentro das normas e regulamentações da nova lei e com um preço mais acessível ao praticado por empresas do setor e com a garantia da correta destinação do lixo. A instituição está sediada no Paranoá e foi cadastrada e autorizada pelo SLU para promover a coleta seletiva. Além disso, realiza trabalho de conscientização dos moradores para a correta separação do lixo e do material reciclável, além de manter vários projetos sociais e comunitários com as famílias de catadores da região. Atualmente dois condomínios têm contratos firmados com a Associação de Catadores – o Ouro Vermelho I e o Condomínio Verde – gerando emprego e renda para essas famílias e contribuindo com a preservação do meio ambiente, uma vez que todo lixo é triado e apenas o que não pode ser reaproveitado é considerado rejeito e destinado ao novo lixão de Samambaia.
A parceria estabelece ainda que parte do valor arrecadado seja obrigatoriamente utilizado na aquisição de equipamentos de industrialização de lixos recicláveis específicos, como um triturador de garrafas plásticas, para construir tijolos, telhas e até vassouras. Cristiane Pereira, presidente da Associação Recicla Mais Brasil, afirmou que “essa parceria é um sonho que se realiza, temos muita expectativa de aumentar a renda das famílias de catadores assistidas por este projeto”. Segundo ela, poucas empresas recolhedoras de lixo realmente fazem a reciclagem, a maioria simplesmente despeja nos lixões: “Nós não apenas recolhemos o lixo e despejamos no lixão, nós realmente fazemos a triagem e separação do lixo para reciclagem, mas, principalmente, assistimos famílias carentes que dependem do lixo”, completou.
Para mais informações sobre a parceria entrar em contato com:
– Endereço: Quadra 05, Conjunto D, Lote 01, ao lado do SLU – Paranoá- DF
– E-mail: reciclamaisbrasildf@gmail.com
– Site: www.reciclamaisbrasildf.com.br
Coleta seletiva é o recolhimento de materiais recicláveis (papel, plástico, metal) que não devem ser misturados ao lixo comum das residências ou local de trabalho. Trata-se de um cuidado dado ao resíduo que começa com a separação dos materiais em orgânicos e inorgânicos, e, em seguida, com a disposição correta para o reaproveitamento e reciclagem. Importante é que o cidadão também seja sensibilizado para o correto tratamento dos resíduos sólidos produzidos no dia-a-dia. Seja nos ambientes públicos ou privados, a coleta seletiva também funciona como um processo de educação ambiental, à medida que informa as pessoas sobre os problemas do desperdício de recursos naturais e da poluição causada pelo lixo. Os principais benefícios da implantação da Coleta Seletiva são: – Aumento da vida útil dos aterros sanitários, a partir da diminuição de resíduos que deixarão de ir para estes locais; – Aumento do ciclo de vida das matérias-primas de cada resíduo coletado e reaproveitado; – Geração de trabalho e renda aos catadores de materiais recicláveis; – Resgate da cidadania dos catadores por meio de sua organização em cooperativas e associações. – Estímulo à mudança de hábitos e valores no que diz respeito à proteção ambiental, conservação da vida e desenvolvimento sustentável. – Criação de novas práticas de separação dos resíduos, considerando que os materiais recicláveis permeiam por todas as atividades sociais. – Redução de gastos com aterramento dos resíduos; – Diminuição de gastos com a limpeza pública; QUAIS OS RESÍDUOS RECICLÁVEIS DEVEM SER SEPARADOS PARA A COLETA SELETIVA? – Jornais, revistas, impressos em geral; – Papel de fax; – Embalagens longa-vida. – Garrafas, embalagens de produtos de limpeza; – Potes de creme, xampu, condicionador; – Tubos e canos; – Brinquedos; – Sacos, sacolas e saquinhos de leite; – Isopor. – Molas e latas; – Latinhas de cerveja e refrigerante; – Esquadrias e molduras de quadros. COMO SEPARAR OS RESÍDUOS RECICLÁVEIS PARA A COLETA SELETIVA? – Desmanche as caixas de papelão; – Evite dobrar ou amassar os papéis; – Não precisa lavar o material. Limpe rapidamente as embalagens de plástico; – Coloque tudo em um saco separado, verde ou azul; – Toda sobra, principalmente restos de alimentos, borra de café, material engordurado e papel higiênico, vai para o Aterro Sanitário junto ao lixo orgânico; – Vidros ainda não são recicláveis no Distrito Federal por inviabilidade econômica. Eles devem ser colocados junto com o material orgânico. O QUE É UMA CENTRAL DE TRIAGEM? É o local para onde são encaminhados os resíduos da coleta seletiva. Este material previamente separado e coletado em residências e comércios será dividido de acordo com a tipologia, para depois ser prensado e, posteriormente, comercializado para as indústrias recicladoras. A central de triagem é destinada às cooperativas e associações de catadores que hoje trabalham coletando materiais recicláveis no aterro sanitário, órgãos governamentais, e até mesmo, nas quadras residenciais e comerciais do Distrito Federal. O QUE É RECICLAGEM? É o processo de transformação de um material, cuja primeira utilidade terminou, em outro produto. Além de preservar o meio ambiente, a partir do momento que minimiza a retirada de nova matéria prima, também gera riquezas aos catadores de materiais recicláveis. O QUE SÃO RESÍDUOS SÓLIDOS? Quando falamos em resíduos sólidos, estamos nos referindo a algo resultante de atividades de origem urbana, rural, industrial, de serviços de saúde, entre outros. Esses materiais gerados nessas atividades são potencialmente matéria prima e/ou insumos para produção de novos produtos, ou ainda, fontes de energia. Ao separamos os resíduos, estamos promovendo o primeiros passo para sua destinação adequada, permitindo assim, várias frentes de oportunidades como: a reutilização, a reciclagem, melhor valor agregado ao material a ser reciclado e melhores condições de trabalho para os catadores de materiais recicláveis. Outras frentes são a compostagem, o aumento do tempo de vida dos aterros sanitários e menor impacto ambiental quando da disposição final dos rejeitos. QUAIS SÃO OS RESÍDUOS NÃO RECICLÁVEIS? O Serviço de Limpeza Urbana orienta aos cidadãos responsáveis pela destinação final dos resíduos sólidos que separem estes materiais de duas formas: seco (reciclável) e orgânico. São considerados materiais orgânicos: papel-carbono, etiqueta adesiva, fita crepe, guardanapos e papel toalhas usados, fotografias, filtro de cigarros, papel sujo ou engordurado, fraldas descartáveis, copos de papel, embalagem emplastificadas, cabos de panela e tomadas, clipes, grampos, esponjas de aço, canos, espelhos, cristais, cerâmicas, porcelana, gesso, além do resto de alimentos de origem vegetal e animal. Materiais não recicláveis: – Cerâmicas; – Vidros pirex e similares; – Acrílico; – Lâmpadas fluorescentes; – Papéis plastificados, metalizados ou parafinados (embalagens de biscoito, por exemplo) – Papéis carbono, sanitários, molhados ou sujos de gordura; – Fotografias; – Espelhos; – Pilhas e baterias de celular (estes devem ser devolvidos ao fabricante); – Fitas e etiquetas adesivas. O QUE É COMPOSTAGEM? O lixo orgânico é aquele que pode ser transformado em composto orgânico, ou seja, por meio de um processo chamado compostagem, vira adubo que pode ser utilizado em hortas e jardins. É o material separado na triagem dos resíduos não recicláveis e feito basicamente como sobras de alimentos, cascas de frutas e legumes, folhas e plantas. O QUE FAZER COM AS LÂMPADAS? As lâmpadas fluorescentes são constituídas por material tóxico, como o vapor de mercúrio muito nocivo a saúde humana e ao meio ambiente. Portanto, seu descarte não pode ser feito no lixo comum e sim entregue no local onde foi adquirido. Algumas empresas, lojas de materiais de construção e supermercados, recolhem em pequenas quantidades as lâmpadas de seus clientes. Já o Serviço de Limpeza Urbana está atento ao acordo setorial em discussão entre o Ministério do Meio Ambiente e empresas fabricantes de lâmpadas fluorescentes, que estabelecerá as competências e deveres de todos os interessados. O QUE FAZER COM OS PNEUS? Um dos grandes problemas quando se fala em resíduos sólidos são os pneus. Apesar de já existirem inúmeras alternativas para minimizar os impactos negativos desse material ao meio ambiente, os pneumáticos descartados indiscriminadamente podem causar grande prejuízo à vida humana, pois, além de seu tempo de degradação ser indeterminado, eles podem contribuir para assoreamentos e enchentes, além de servir de abrigo para o mosquito da Dengue. Por força da Lei 12.305 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos e, consequentemente a Logística Reversa, que determina a obrigatoriedade do recolhimento dos pneumáticos por seus produtores, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), mantém uma parceria com a empresa Reciclanip, que recolhe todo este material produzido no Distrito Federal. Assim, o SLU disponibiliza locais (Núcleo de Limpeza do Gama, Sobradinho e Asa Norte) para a entrega dos pneus usados e inservíveis, além de fazer a coleta diária quando há o descarte em locais impróprios. CUIDADOS COM O LIXO DOMÉSTICO Simples lâmpadas, copos, louças e embalagens podem não parecer perigosos, mas são um risco em potencial, já que podem quebrar com o manuseio. É preciso procurar um material mais rígido para o acondicionamento, como jornal, papelão, latas, garrafas pet ou mesmo embalagens de leite. Materiais perfurantes como pregos, parafusos, arames e, até mesmo, as lascas de madeiras, devem ser colocados em latas, embalagens plásticas ou embrulhados em grandes volumes de jornal. Quanto aos pregos e parafusos, é interessante entortá-los com martelo, sempre que possível. A tampa serrilhada da lata de conserva também pode machucar e a recomendação é dobrá-la para dentro, pois assim a serrilha estará protegida pela própria lata. E por fim, caso o volume do lixo seja excessivo ou muito pesado, deve-se utilizar dois sacos para acondicioná-lo.