Ao contrário do que se pratica, a época ideal de combate ao mosquito é durante a seca.
A afirmação é de Milton Coutinho, chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental em Saúde de São Sebastião e Jardim Botânico, pois os ovos sobrevivem até 460 dias durante este período e eclodem apenas na época das chuvas. “Interromper o ciclo do mosquito é a forma mais eficaz e segura de combatê-lo” afirma Milton Coutinho.
Fumacê pode causar mais malefícios do que benefícios
Segundo Coutinho, o fumacê vai matar o mosquito infectado mas, se não forem eliminados os focos do mosquito, a ação surte pouco efeito, principalmente à longo prazo. “Dengue é caso de calamidade pública, o maior problema é o acúmulo de entulhos e imóveis abandonados” alerta Coutinho.
Ele explica que o produto é basicamente uma mistura de inseticidas variados, óleo diesel ou óleo vegetal. Atualmente, em Brasília, não são mais realizados estudos de qualidade e eficácia da ‘solução’ utilizada no equipamento de pulverização. Ainda por cima, a eficiência do fumacê pode variar de acordo com as condições de clima, do vento e possui alcance de apenas 08 metros. Além disso, o produto precisa entrar nas residências para realmente alcançar os mosquitos.
Solicitado por síndicos da região, o fumacê deve ser utilizado apenas como último recurso e em áreas definidas pelo Ministério da Saúde, onde os índices epidemiológicos são mais acentuados, pois mata o mosquito e também os animais silvestres (principais vítimas da mistura), o que contribui para o desequilíbrio ambiental, além de não eliminar os ovos do mosquito.
Sem produtos destinados especificamente à eliminação dos ovos do mosquito, e com apenas 22 servidores de campo para realizar levantamentos de 50% das residências por bairro e orientar a comunidade do Jardim Botânico, Mangueiral, Altiplano Leste e São Sebastião, é primordial a participação da comunidade do bairro. “Se eu cuido da minha casa, mas meu vizinho não cuida, não adianta, a rua inteira continua sob risco. Se cada um fizer sua parte, protegemos a comunidade inteira, mas é preciso agir em conjunto!” avalia Rose Marques Presidente do MCJB.
1 Comentário
E como eliminar, antes das próximas chuvas, os ovos que já foram deixados pelos mosquitos nos nossos gramados?