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Lançado o projeto Cesta do Bem: ajudando a quem precisa nestes tempos de coronavírus

O projeto quer distribuir 3 mil cestas de verduras e alimentos, utilizando a rede de pequenos comércios de São Sebastião e Paranoá. 

Para enfrentar esses tempos de pandemia, o isolamento social  protege da contaminação mas criou uma série de problemas paralelos. Jogou crianças que dependiam da merenda escolar em situação crítica; profissionais que dependiam de pequenas rendas parados em casa; os pequenos comerciantes sem clientes e tentando não demitir. Esse é um público novo de pessoas em situação de emergência social.  

Sensíveis a isso, os moradores do Jardim Botânico se uniram a diversas instituições sociais, igrejas e agentes sociais públicos e estão organizando, juntamente com a Administração Regional do Jardim Botânico,  uma grande campanha de arrecadação de cestas de verduras e alimentos, chamada Cestas do Bem. “O objetivo é arrecadar 3 mil cestas, distribuir para as famílias de maior vulnerabilidade econômica e ainda ajudar o pequeno comerciante”, explica a nova presidente do MCJB, Maria Luisa do Valle. Clique aqui para entender o projeto.


A crise econômica gerada pela pandemia do coronavírus já era esperada e os primeiros efeitos já podem ser vistos nas camadas sociais mais vulneráveis. Professores da Escola Classe Vila do Boa em São Sebastião-DF organizaram uma campanha para arrecadar cestas básicas, depois que várias mães,  preocupadas com a falta de alimento em casa, entraram em contato com a escola para pedir auxílio. Com as escolas fechadas, as merendas não são mais oferecidas. 

Grande parte das famílias dos estudantes que atendemos é constituída por trabalhadores autônomos, diaristas, pedreiros, jardineiros e manicures (…) essas famílias não estão podendo trabalhar e perderam a principal fonte de renda”, explicou uma das professoras, Luana Pimentel Lopes. Só nesta escola, 80 estudantes da educação integral ficaram sem as 3 refeições diárias e os demais 187 estudantes,  sem duas das refeições diárias. A Secretaria de Educação afirma que concedeu um Cartão Alimentação Creche (CAC) para todas as crianças matriculadas de 0 a 5 anos e uma Bolsa Alimentação para os demais estudantes. Essa informação está sendo contestada por pais e alunos de várias escolas questionadas pelo Portal do MCJB.

Outra camada social que está sofrendo com a quarentena são os pequenos comerciantes. “Na situação que nos encontramos hoje, está muito difícil manter e segurar as despesas da empresa e salário de funcionários sem produzir. Infelizmente se continuar como está vou ter que demitir e só porque a situação nos obriga, não vejo outra solução!”, reclamou Adão Almeida da Cruz, empresário de São Sebastião, com doze funcionários. 

Muitas campanhas estão arrecadando doações para cestas de alimentos, mas de forma desordenada, comprando em grande atacadões e entregando para as pessoas em filas, o que gera o risco de contaminação e, ao final, não conseguem beneficiar as famílias mais vulneráveis, principalmente as que não tem acesso ao auxílio governamental. 

Os catadores de lixo fazem parte desse grupo, que sofre com a quarentena. “Como a coleta seletiva está suspensa, a quantidade de lixo nas ruas aumentou, mas não podemos fazer a separação, o caminhão do orgânico vem e leva tudo. É a nossa renda, entendeu? A gente conta hoje mesmo só com a coleta nos condomínios realizada somente na segunda, quarta e sexta. Estou preocupado, não vejo porque não podemos continuar trabalhando, somos só dois coletores e um motorista”, reclama Wellington Guedes dos Santos, coletador da Cooperativa Ecolimpo. 

Em situação emergencial, as Cooperativas de coleta de recicláveis tentam realizar o cadastro de seus profissionais nos programas de auxílio do Governo. “O material que o pessoal deixa aqui na porta é mínimo, não dá para nada. A Central das Cooperativas está tentando realizar o cadastro, pois fazer direto no CRAS é um ‘Deus nos acuda’, demora seis meses”, lamenta João Santana, presidente da Cooperativa Ecolimpo

Inicialmente as cestas doadas serão destinadas às comunidades carentes de São Sebastião e Paranoá, sendo a entrega organizada com o devido cuidado, evitando-se situações de risco de contaminação para todas as partes envolvidas. 

As famílias receberão um voucher, ao invés de receber uma cesta fechada. Com isso, ela é direcionada para um mini mercado previamente cadastrado e faz sua compra. O mini mercado vai emitir uma nota fiscal da compra, anexar ao voucher e encaminhá-lo ao MCJB, que paga o valor da compra da cesta doada. “A ideia do voucher é por uma questão de segurança sanitária,  para garantir que o recurso vá para o pequeno comércio, pro isso o cadastramento. Apenas uma pessoa da família poderá fazer as compras e escolher o que tiver mais precisando, dentro da lista de itens autorizados. Vamos orientar as empresas a manter o protocolo sanitário, para evitar o contágio pelo coronavírus”, explica Ilton Júnior, secretário executivo do MCJB. As famílias estão sendo cadastrados pelos agentes sociais, conforme o critério de pobreza e vulnerabilidade econômica.

Os organizadores do projeto esperam fomentar a economia da região, garantir mais empregos e atender ao clamor social causado pelo coronavírus, tudo isso sem colocar em risco os doadores e as famílias assistidas. Para doar é muito fácil, basta clicar na imagem abaixo.

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