Prédio público construído com recursos de compensação ambiental da construção do Mangueiral é reaberto depois de três anos fechado. Expectativa de parte da comunidade que pediu uma escola pública é frustrada.

Bárbara Costa, gerente de projetos do IBRAM na cerimônia de reabertura

Inaugurado em 2013 e reaberto na sexta (29), o Centro de Práticas Sustentáveis, mais conhecido por sua sigla CPS, funcionou apenas por um ano, ainda no governo Agnelo, mas foi fechado no início de 2015, no governo Rollemberg. Segundo o GDF, o longo fechamento se deu pela falta do Habite-se.

A gestão do prédio foi entregue ao IBRAM, que promete transformá-lo em uma grande escola ambiental. Segundo Bárbara Costa, gerente de projetos do IBRAM, “vamos trabalhar com gestão compartilhada, através de um consórcio por rede de cooperação envolvendo comunidade, instituições e governo (…) o projeto é um sonho para construirmos juntos”, afirmou, em sua fala na reabertura, para lideranças comunitárias e políticos presentes. No prédio serão oferecidos cursos, palestras e workshops. A divulgação do calendário de atividades está prevista para abril. O governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, afirmou que “este centro será de integração entre a cultura, o meio ambiente e a educação. É um espaço de vanguarda, um novo modelo que deve se multiplicar em outras regiões do DF”.

O prédio é o resultado da cessão de área ao IBRAM como compensação ambiental. Para sua construção foram utilizados bambu e paredes de taipa produzidas com o barro da própria obra, além de madeira de reflorestamento certificada. O CPS ocupa uma área de 10 mil m², tem salas de projeção e de artesanato, cozinha sustentável, amplo auditório, estacionamento e várias áreas para o ensino ambiental, como viveiros para criação de mudas de plantas nativas, sistema de tratamento por zonas de raízes (local onde ocorre a filtragem da água vinda da copa), um telecentro e uma biblioteca. O prédio tem ainda um reservatório com capacidade para 10 mil litros de água tratada para reuso.

Expectativa da comunidade era por escola pública

Parte da comunidade do Jardim Botânico e Mangueiral havia solicitado ao GDF a transformação do prédio em uma escola pública, enquanto não são viabilizadas as escolas prometidas pela Secretaria de Educação. O IBRAM afirma, porém, que a concepção do prédio e a legislação vigente só permitem abrigar uma escola de cunho ambiental, pois sua estrutura foi montada para esse fim, com cursos como viveirismo, guias de trilhas, alimentação alternativa, costura com aproveitamento de recicláveis, manejo de resíduos sólidos, dentre outros.

O Movimento Comunitário do Jardim Botânico entregou nas mãos do governador documento solicitando reunião urgente para definição sobre a construção de uma escola na região, em cumprimento à promessa feita para a comunidade pela Secretaria de Educação do DF, que afiançou a construção de cinco escolas no bairro ainda este ano, porém até agora nenhuma obra começou (clique aqui para ler o ofício).