Da Redação do MCJB – 20/07/2016
“Ele (o assaltante) chegou com arma em punho, me empurrou para o banheiro aos chutes e socos, depois com a arma na minha cabeça gritava que queria dinheiro, sempre ameaçando me dar um tiro e me xingando de safado e vagabundo”. Este é o relato de uma das vítimas do assalto, no estilo arrastão, ocorrido ontem (19), na Estrada do Sol.
Os assaltantes vitimaram dezenas de pessoas. O foco era o comércio da Estrada do Sol e do Itaipú. A polícia ainda não identificou os suspeitos, mas o fato reacendeu a questão da segurança no Jardim Botânico, único bairro de Brasília que não dispõe de qualquer aparato policial. Há um posto, mas está sendo desativado.
Foram dois homens que chegaram de moto, segundo relato das vítimas. Realizaram o arrastão de forma violenta, ameaçando e agredindo as vítimas, sempre com a arma em punho. Enquanto um entrava no estabelecimento comercial, o outro esperava do lado de fora. Foram levados computadores, celulares, dinheiro e vários outros objetos de valor. O registro da ocorrência foi realizado na 30ª DP de São Sebastião, por assalto a mão armada, agressão e ameaça.
Para o Sr. Gilmar, este é o 38º assalto. Ele é dono do Empório Serrana, um dos mais antigos comércios do bairro. Só neste mês de julho foram três assaltos em menos de duas semanas. “Ele (o assaltante) chegou com arma em punho, me empurrou para o banheiro aos chutes e socos, depois com a arma na minha cabeça gritava que queria dinheiro, sempre ameaçando me dar um tiro e me xingando de safado e vagabundo”, relatou Sr. Gilmar. “Não aguento mais, trabalho em um nível de tensão insuportável (…) já estou tentando vender (o comércio), se não vender vou fechar, funcionário não quer trabalhar comigo, tenho filhos e netos, tenho que cuidar deles e não vou conseguir fazer isso morto”, desabafou.
Falta de contingente e de viaturas: além da insegurança
O 21º Batalhão da Polícia Militar de São Sebastião, que é responsável pela região do Jardim Botânico, informou que não conseguiu localizar nenhum suspeito, mas que as buscas na região continuam. “Sabemos que dois meliantes praticaram o arrastão, mas infelizmente os comércios assaltados não têm câmeras de segurança. Isso dificulta nosso trabalho de identificação dos suspeitos”, informou um dos policiais entrevistados.
O Blog apurou que policiais tem reclamado de procedimento jurídico denominado “audiências de custódia”, medida controversa que obriga a autoridade policial a apresentar o preso a um juiz em, no máximo, 24 horas. O problema, segundo os policiais, é que a justiça tem concedido alvará de soltura mesmo para criminosos presos em flagrante.
“Ontem prendemos um traficante da região e a justiça o soltou em menos de 24h. Hoje ele foi preso novamente pelo mesmo crime”, reclamou um dos policiais entrevistados pelo Blog.
As péssimas condições das viaturas e o baixo contingente policial são outros problemas que alimentam a insegurança. Segundo os policiais, o batalhão de são Sebastião precisa de, no mínimo, mais 40 policiais para atender toda a região, além de trocar todas as viaturas.
“Nós temos que fazer ‘caixinha’ para pagar o conserto das viaturas, sem isso não temos como trabalhar, pois o GDF está sem contrato de manutenção (…) as viaturas são baixas e não entram nessas áreas de invasão de São Sebastião…precisamos de viaturas altas e com tração para conseguirmos prender com mais facilidade os meliantes”, informou.
2 Comentários
Como sempre, poder público abandona jardim botanico e ainda fica empurrando a responsabilidade um para outro sem resolver absolutamente NADA. Na época de eleições quero ver qual político vai se meter a besta de vir fazer promessa aqui!!!!
Quando fui morar no condomínio San Diego, em 1989 já havia banditismo na região. Acabei com eles e até bem pouco tempo eles não se mostravam tão ousado.
Deixem de ser chorões, vamos nos unir e organizar nosso próprios sistema de defesa e vamos lutar para que as despesas que tivermos em montar nosso próprio sistema de segurança seja deduzido do imposto de renda.
Se quiserem discutir comigo o assunto tecnicamente, me convidem, sem a presença de políticos de qualquer partido.