Totalizando 26 óbitos em apenas 5 meses e aproximadamente 28 mil casos notificados de Dengue, os índices alarmantes de proliferação do mosquito Aedes Aegypti podem ser muito mais graves, devido à escassez de hospitais públicos na região.
Coordenadores do MCJB, AAJM (Associação dos Amigos do Jardins Mangueiral) e membros da Administração Regional do Jardim Botânico reuniram-se com Milton Coutinho, chefe do núcleo de Vigilância Ambiental em Saúde de São Sebastião e Jardim Botânico, setor que pertence a Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde (DIVAL), na sexta-feira (14), para dar início a um plano conjunto voltado para a conscientização da comunidade sobre a importância de se adotar atitudes de combate ao mosquito Aedes Aegypti, ainda no período de seca.
A situação, que já é considerada grave para o Jardim Botânico e Região Leste – uma das mais afetadas pelo mosquito e que registra o segundo maior número de casos entre todas as regiões administrativas do DF, pode se revelar ainda mais preocupante. Com aproximadamente 5 mil casos prováveis de dengue, sendo 605,56 casos no Jardim Botânico para 100 mil habitantes e 1857,09 em São Sebastião, acumulados apenas de janeiro a 1º de junho deste ano, os índices representam dois indicativos – a necessidade de uma mobilização comunitária para combater os focos do mosquito e a urgência em intensificar as ações de prevenção junto ao Governo.
A falta de unidades públicas de saúde mascara um problema ainda maior
“Os números já são preocupantes, mas é preciso ter consciência que estes dados podem ser muito maiores”, alertou Milton Coutinho, que informa os números oficiais para o bairro: desde o início do ano foram registrados 110 casos de pessoas que contraíram dengue no Jardim Botânico. Porém, estes dados podem ser superiores devido à escassez de Unidades Públicas de saúde na região. “As pessoas infectadas tendem a procurar hospitais em outras localidades, como Lago Sul e São Sebastião. Outro agravante é que os hospitais privados não costumam informar à SES-DF os casos de dengue atendidos” afirma Milton.
Segundo o Levantamento Rápido de Índices para o Aedes Aegypti (LIRAa) de maio, o Jardim Botânico e região leste estão no epicentro da infestação de larvas do mosquito. O Índice de Infestação Predial (IIP) aponta o Jardim Botânico como área de risco, com porcentagem de 3,87% e o principal foco de acúmulo de larvas são os depósitos para armazenamento de água como tinas, baldes, tonéis, piscinas, dentre outros nas residências.
Imagens do Boletim epidemiológico e levantamento rápido de índice de infestação predial da Secretaria de Saúde-DF
Já São Sebastião, em estado de alerta, detém uma porcentagem menor de IIP – 1,35% e a principal fonte de criadouros para o mosquito são os Vasos/frascos com água, prato, pingadeira, recipiente de degelo de refrigeradores, bebedouros, pequenas fontes ornamentais. O especialista alerta sobre a importância de realizar um plano de ações continuadas. “O Ideal é que, a cada dois meses, sejam realizadas grandes campanhas e fiscalizações. A melhor época para se realizar a prevenção é durante a seca, já que os ovos sobrevivem até 460 dias durante este período”, explicou Coutinho.
1 Comentário
Moro no Belvedere Green e tive dengue tipo 2 no inicio de maio, fiz exames e foi confirmado. Fiquei muito mal por uns 15 dias e até hoje ainda me sinto fraca e cansada.